12 de novembro de 2018

População comemora os benefícios da Farmácia Viva

 

Boninho e a avó Eloísa Ferreira em atendimento. (Foto: Márcio Sampaio)

Os efeitos dos medicamentos fitoterápicos, feitos à base de plantas naturais, são conhecidos desde a antiguidade, e cada vez mais ganham espaço no cuidado diário da saúde população no Maranhão. E foi isso que levou os familiares do pequeno José Bonifácio Fernandes Silva Sales, de seis anos, até a equipe do projeto Farmácia Viva.

O garoto, que gosta de ser chamado de Boninho, sofre com colesterol alto de origem genética. Durante dois anos buscou os diversos tipos de atendimentos convencionais, sem ter sucesso. Com dores no peito, fadiga profunda e dificuldade para respirar, o pai de Boninho, José Bonifácio, de 61 anos, resolveu experimentar o tratamento fitoterápico oferecido no projeto Farmácia Viva, e realizado no Herbário da Universidade Federal do Maranhão (Ufma).

“Foram dois anos andando de um lado para o outro em busca de uma solução para o problema do meu filho. Fomos em vários especialistas e vários remédios”, disse José Bonifácio, que acompanhado da avó do menino, dona Eloísa Corrêa, de 61 anos. Por recomendação de um cardiologista, a família procurou atendimento fitoterápico.

E foi a avó de Boninho, Eloísa Corrêa, que contou a melhora do neto em apenas 12 dias de tratamento fitoterápico, com medicação natural à base de alcachofra (Cynara scolymus). “Tudo ele cansava, se sentia mal. Não conseguia assistir uma aula direito, porque sempre estava com mal-estar. Tudo mudou quando trouxemos ele aqui no Herbário. Tem 12 dias tomando a medicação e a melhora é visível. Hoje ele passa o dia correndo, brincando, não sente mais dores no peito, nem falta de ar e nenhum dos sintomas que ele possuía”, revelou.

O Farmácia Viva consiste no cultivo, conservação e utilização de plantas medicinais, bem como a produção de alguns tipos de plantas medicinais (utilizando como matriz as próprias plantas cultivadas), que serão dispensadas no Sistema Único de Saúde – somente com receita médica – sob supervisão do farmacêutico responsável.

Optar por um medicamento fitoterápico no lugar de um sintético significa priorizar elementos naturais que têm menos contraindicações e efeitos colaterais do que os produzidos artificialmente em laboratórios. “Em termos de reações adversas, interação medicamentosa e efeitos colaterais, eles têm tudo em menor grau e intensidade. Mas tudo isso existe, inclusive contraindicações, porém sempre em menor grau do que o sintético, e é essa a grande vantagem. O Farmácia Viva é sem dúvida uma experiência exitosa”, explica a farmacêutica e a coordenadora do Farmácia Viva da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Kallyne Bezerra.

Isso ocorre porque o medicamento sintético tem uma alta concentração de uma mesma substância química que, ao entrar em contato com o sangue, faz com que ele reaja de forma contrária causando os efeitos colaterais. Foi isso que pesou para o dançarino Elton Pacheco, de 41 anos. “Tenho rinite há mais de 20 anos e sempre tratei com drogas sintéticas. Só que isso sempre me deixava sonolento, além de trazer outros efeitos colaterais. Desde que comecei a me tratar com fitoterápicos notei que não tenho mais reações adversas. Me sinto bem e fico feliz em ver que está tendo mais resultado que os remédios habituais”, contou.

Farmácia Viva 

Medicamentos fitoterápicos são alternativa em substituição aos sintéticos. (Foto: Márcio Sampaio)

Criado para garantir mais saúde e qualidade de vida aos maranhenses, o projeto Farmácia Viva é uma iniciativa pioneira, criada pelo governador Flávio Dino, para ampliar a atenção primária à população em situação de vulnerabilidade no Estado. Desde que foi implantado, o projeto, executado pela Secretaria de Estado da Saúde, já alcançou a marca de 160 termos de adesão celebrados, em 100 municípios maranhenses, inclusive nas 30 cidades contempladas no Plano Mais IDH.

O projeto funciona em parceria com as prefeituras municipais e órgãos públicos na instalação de hortos medicinais, espaços onde são cultivadas plantas utilizadas no tratamento e prevenção de doenças. Municípios que não estão no Plano Mais IDH também podem aderir ao programa.O mais recente foi assinado nesta quarta-feira (31) com o Conselho Regional de Farmácia (CRF), que vai viabilizar ao início junto as comissões cientificas, de ensino e de fitoterapia as criações de artigos e publicações que comprovem os benefícios deste tipo de tratamento.

Fonte: SES

Daucyana Castro