17 de julho de 2017

Mutirão Rua Digna transforma travessa do bairro Anil

Moradores agora podem usar Travessa da Matança. Foto: Divulgação

Os bloquetes de concreto ao longo da Travessa da Matança, no Anil, em São Luís, estão mudando a vida e o dia a dia dos moradores do bairro e de quem precisa da via para transitar. A comunidade está recebendo mais de 550 metros de obras de pavimentação do programa Mutirão Rua Digna, do Governo do Maranhão.

Executado pela Secretaria de Estado do Trabalho e Economia Solidária (Setres), o programa tem duas etapas. A segunda está prevista para começar nos próximos dias, após a prestação de contas dos serviços executados na primeira fase. O prazo do término da obra é o próximo mês, mas os benefícios já chegam à comunidade, erradicando mais de 50 anos de atraso e sofrimento da população.

No período chuvoso, a situação era agravada pelas enchentes. O esgoto do bairro Pão de Açúcar, acima da Matança, invadia as mais de cem casas da travessa. Os moradores lembram o desespero de ficar ilhados dentro das próprias casas, vendo os móveis serem arrastados pela correnteza de lama que se formava.

A realidade mudou com a chegada do ‘Mutirão Rua Digna’. O que antes era motivo de desespero agora tem se transformado em esperança para dezenas de criança e adolescentes que residem no local. Prova disso é o aproveitamento que eles têm dado ao novo espaço, que além de via de acesso tem servido como área de recreação para a comunidade.

A moradora Claudionice aguarda ansiosa pelo término das obras. Foto: Divulgação

“Além de a gente ter uma rua de verdade para caminhar, as crianças têm um espaço seguro para brincar. Antes nós tínhamos dias muito difíceis aqui. As crianças brincavam na lama e em seguida estavam doentes. Alguns viviam com coceiras e até mesmo problemas respiratórios, por conta da umidade das paredes”, conta a moradora Josilene Martins Ferreira, de 39 anos.

O caminho em busca do aprendizado também era uma incerteza de muitos, pois chegar até a escola não era fácil em meio a tanta lama e água de esgoto. “Nem o estudante, nem o professor conseguiam fazer o trajeto de forma segura, sem ter que se aventurar. Ninguém chegava limpo à escola e nem voltava dela sem sujar o uniforme e os sapatos”, ressalta a moradora.

No lugar do cenário caótico, o programa Mutirão Rua Digna tem levado mais dignidade a moradores e pedestres, por meio da construção de acessos urbanos. São serviços e reparos estruturais que vêm garantindo um direito básico e constitucional: o de ir e vir.  “Agora ficou mais fácil andar aqui.  A gente não tinha tranquilidade, principalmente quando chovia. Hoje em dia você pode ver que a rua está seca, sem acúmulo de água. Se antes de terminar já está bom, imagina quando acabar a obra”, relata Claudionice Dias, moradora da via.

Mutirão gera emprego

Josilene Ferreira, moradora, comemora chegada da pavimentação na rua. Foto: Divulgação

Para que o sonho de todas essas pessoas se tornasse realidade, o Governo do Maranhão, por meio do edital do Mutirão Rua Digna, possibilitou a contratação de um engenheiro civil (responsável pela obra), voluntários e mais 20 pessoas da comunidade contratadas para a execução do programa.  No total são 550 metros construídos com piso intertravado de concretos, peças conhecidas como bloquetes.

Além da implantação das vias, o programa impulsiona a economia com geração de renda para os próprios moradores que participam da obra. Muita gente da comunidade arregaçou as mangas e foi à luta para ter uma ocupação temporária e uma rua digna para trafegar.

Responsabilidade social
Parte do material que está sendo usado nas pavimentações do programa Rua Digna é fabricada pelos internos do sistema penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Além de garantir ruas acessíveis, o projeto dá ao encarcerado a oportunidade de ter uma ocupação profissional durante o cumprimento da pena.

A proposta de integrar ações que abrangessem diversas camadas sociais surgiu com a implantação da fábrica de blocos de concreto dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. A iniciativa consiste em aproveitar a mão de obra do encarcerado para reconstrução e melhoramento de estruturas, como as vias de São Luís e do próprio sistema carcerário.
Além de trabalhar em fábricas e oficinas, no setor de construção de concretos (bloquetes, blocos e meio fios), os sentenciados realizam outras frentes de trabalho, como a de manutenção, pinturas e reparo de instalações elétrica e hidráulica dentro da penitenciária.

Os apenados contemplados com o programa seguem regras previstas no Código Penal brasileiro, como o sistema de progressão da pena. Diante do benefício, o apenado reduz um dia da pena de sua sentença a cada três dias de trabalho.

Municípios incluídos:
São Luís, São José de Ribamar, Raposa, Paço do Lumiar, Fernando Falcão, Marajá do Sena, Jenipapo dos Vieiras, Satubinha, Água Doce do Maranhão, Lagoa Grande do Maranhão, São João do Caru, Santana do Maranhão, Arame, Belágua, Conceição do Lago-Açu, Primeira Cruz, Aldeias Altas, Pedro do Rosário, São Raimundo do Doca Bezerra, São Roberto, São João do Sóter, Centro Novo do Maranhão, Itaipava do Grajaú, Santo Amaro do Maranhão, Brejo de Areia, Serrano do Maranhão, Amapá do Maranhão, Araioses, Governador Newton Bello, Cajari, Santa Filomena do Maranhão, Milagres do Maranhão, São Francisco do Maranhão, Afonso Cunha.

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Daucyana Castro