O Governo do Estado lançou, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), a campanha estadual de combate à tuberculose no Maranhão na manhã desta terça-feira (20). O objetivo é contribuir para o controle da doença, principalmente, através da sensibilização da população sobre a importância de diagnosticar, aderir e completar o tratamento. A ação, que conta com a parceria do município de São Luís, aconteceu na Unidade Mista São Bernardo.
A campanha, em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose, celebrado em 24 de março, envolve ações de orientação, panfletagem, rodas de bate-papo, tanto para o público em geral, quanto para grupos populacionais com maior vulnerabilidade devido às condições de saúde e de vida, como indígenas, população privada de liberdade, vivendo com HIV/Aids e/ou em situação de rua. As ações acontecem até domingo (25). “O objetivo é chamar atenção da população, gestores e profissionais de saúde em relação aos sinais e sintomas da doença. A tuberculose é uma doença evitável, tem tratamento e cura. Tomando a medicação no tempo correto, as chances de cura são de 100%”, reforçou a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, Rosany Leandra.
Segundo a coordenadora, assim como em todo o país, o estado apresenta problemas de detecção e conscientização da doença. “Existe muito preconceito por ser infectocontagiosa e estar associada, muitas vezes, a outras comorbidades, como HIV/Aids, alcoolismo, uso de drogas. E isso interfere no diagnóstico e tratamento”, relata.
Além das ações pontuais, unidades de referência ou que tenham relação com públicos prioritários terão programação. É o caso do Hospital Presidente Vargas, referência no tratamento de pacientes com vírus da imunodeficiência humana (HIV), e Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
Além das ações da campanha, o Programa Estadual de Controle da Tuberculose realiza ações de rotina, como capacitações, visitas de monitoramento e apoio técnico aos municípios. A responsável técnica do Programa Municipal de Controle da Tuberculose, Elza Lima, comentou que as unidades mistas e básicas de saúde costumam ser portas de entrada para pacientes com a doença.
“É importante que a população saiba que é uma doença que tem tratamento gratuito e acessível. Uma pessoa que esteja com tosse por três semanas ou mais precisa procurar uma unidade dessas. Se for tuberculose, já entra em tratamento e acompanhamento. O tratamento é fornecido pelo SUS”, afirmou Elza Lima.
Para a autônoma Ana Paula Sales, iniciativas como a campanha são necessárias para informar à comunidade sobre a doença. “Muita gente não sabe sobre a doença. Fazer uma campanha assim atinge a pessoa que veio para uma consulta e acaba se informando sobre outra coisa. Acho muito bom”, comentou.
Além da chefe do Departamento de Epidemiologia da SES, Léa Márcia, estiveram presentes no lançamento da campanha os profissionais de saúde da Unidade Mista São Bernardo e representantes do Programa Municipal de Controle da Tuberculose de São Luís.
Monitoramento dos casos
Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em 2017 foram diagnosticados 2.583 casos de tuberculose no estado, dos quais 1.686 em homens e 897 em mulheres. A incidência de casos novos no ano passado no Maranhão foi de 30,8 por 100 mil habitantes.
Entre os diagnósticos, 46 casos ocorreram na faixa etária de 0 a 9 anos; 215 casos em pessoas com HIV; 52 casos de tuberculose resistente.
Quanto as populações indígenas do Maranhão, foram notificados 64 casos de tuberculose em 2017. Já na população privada de liberdade foram notificados, no mesmo ano, 140 casos. Na população em situação de rua, foram diagnosticados 43 casos, sendo que destes, 22 foram diagnosticados pelo município de São Luís.
Atualmente, 13 pacientes do Sistema Prisional do Maranhão estão em tratamento. São Luís foi a cidade maranhense que registrou o maior número de casos (823), seguido por São José de Ribamar (130) e Imperatriz (82).
A doença
Doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas, a tuberculose é um sério problema da saúde pública. A transmissão do Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch, acontece quando gotículas são eliminadas pela respiração, por espirros e pela tosse.
Dentre os sintomas destacam-se a tosse por mais de três semanas com ou sem catarro, acompanhada ou não de febre ao final do dia, suor noturno, falta de apetite, perda de peso, cansaço ou dor no peito. Após o diagnóstico, o tratamento deve ser feito o quanto antes e por um período mínimo de seis meses, diariamente e sem nenhuma interrupção, mesmo com o desaparecimento dos sintomas.
Programação
21/03 – I Seminário – Articulando Políticas Públicas de Saúde
Local: Auditório da Assembleia Legislativa
Horário: 13h
22/03 – Complexo Penitenciário de Pedrinhas – Café da Manhã para internos e convidados
Local: Núcleo de Saúde do Complexo Penitenciário de Pedrinhas
Horário: 9h
22/03 – Orientações informativas sobre a tuberculose aos servidores do Complexo Penitenciário de Pedrinhas
Local: Portaria Unificada do Sistema Complexo Penitenciário de São Luís
Horário: 15h
23/03 – Abertura do Dia Mundial da Tuberculose no Hospital de Referência Estadual Presidente Vargas
Local: Hospital Presidente Vargas
Horário: 8h
Fonte: Secretaria do Estado da Saúde do Maranhão (SES)
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