1 de julho de 2019

Governo alerta para cuidados e combate ao Aedes no período das férias

Muita gente se programa para viajar em julho, mês das férias escolares e quando muitas famílias aproveitam para descansar e conhecer outros lugares. Para a diversão não acabar de forma desagradável, é preciso preparar a casa que ficará fechada para evitar que o mosquito encontre algum espaço para se reproduzir, alerta a Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Mesmo em uma viagem curta, é preciso estar atento, já que o ciclo de reprodução do mosquito pode levar de 5 a 10 dias – considerando desde a colocação do ovo até a forma adulta.

“Aconselhamos as pessoas a fazerem uma vistoria na casa antes de fechá-la, para não deixar nada que possa acumular água. Uma simples tampinha pode servir de criadouro. Só teremos sucesso nessa guerra contra o mosquito se toda a população se mobilizar de forma permanente. Precisamos fazer isto juntos”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.

Segundo a chefe do Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Graça Lírio, todos os imóveis são potenciais criadouros, dos maiores até os menores, desde que não haja cuidado dos moradores.


Vistoria para eliminar criadouros evita proliferação do mosquito (Foto: Julyane Galvão).

“As viagens de férias em julho estão ligadas a um componente do controle do Aedes que são os imóveis fechados, que o agente não consegue adentrar para fazer o trabalho de inspeção, orientação e destruição de focos. Isso gera o que chamamos de pendência, que deve ser menor de 5% dos imóveis vistoriados. No entanto, na capital, por exemplo, essa pendência chega a ser mais de 20%. Nas férias, essas pendências aumentam”, informa.

Algumas medidas podem evitar que o mosquito, transmissor de dengue, zika e febre chikungunya, se reproduza, tais como: verificar espaços dentro e fora de casa para eliminar todo e qualquer recipiente que possa acumular água, como vasos de plantas, baldes e garrafas vazias; vedar ralos; limpar calhas; telar caixas d’água e tanques; manter garrafas de vidro e latinhas de boca para baixo e em áreas cobertas.

Deixar uma pessoa responsável por fazer a limpeza e vistoria no imóvel no período em que a família estiver fora também é recomendado, principalmente porque o período chuvoso no estado se estendeu este ano.

Boletim


Vistoria para eliminar criadouros evita proliferação do mosquito (Foto: Julyane Galvão).

O último boletim epidemiológico emitido pela Coordenação Estadual de Prevenção e Controle das Arboviroses Dengue/Chikungunya/Zika Vírus mostra que o Maranhão registrou, até o dia 15 de junho, 3.649 casos de dengue, 560 de chikungunya e 137 de zika vírus, um aumento respectivo de 93,58%, 7,69% e 41,00% em relação ao mesmo período de 2018.

“Em relação à dengue, esse volume de casos dá uma incidência de 48 casos por 100 mil habitantes. Incidência ainda considerada baixa [considera-se média a partir de 100 casos/100 mil habitantes]. Apesar do aumento, o Maranhão ainda está com a incidência baixa”, avalia Graça Lírio.

Alguns municípios do estado registraram aumento de casos, como Barra do Corda, Santa Filomena, Alto Alegre do Maranhão e Colinas. “Apesar de terem aumento de casos nesses lugares, foi feito um trabalho rápido de contenção da infestação e da circulação viral e eles não tiveram aumento na incidência”, completa.

A Graça Lírio explica que o trabalho de combate ao Aedes é tripartite, com responsabilidades divididas entre União, Estado e municípios. O trabalho de campo para combate ao mosquito, por exemplo, é de responsabilidade dos municípios, conforme as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). “Temos que continuar trabalhando a educação em saúde para sempre chamar atenção da população para este cuidado”, finaliza.

Daucyana Castro