Texto: Eduardo Ericeira
Data: 29/01/2024
Fotos: Francildo Falcão
O aumento das chuvas aliado ao calor, visto principalmente neste primeiro semestre em boa parte do Maranhão, é uma combinação propícia e um cenário perfeito para a proliferação do Aedes Aegypti, mosquito transmissor de arboviroses. Por isso, o Instituto Osvaldo Cruz – Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (IOC-Lacen), atua em várias frentes como forma de garantir a prevenção e combate a doenças como dengue, zika, febre chikungunya, febre amarela, febre oropouche, entre outras que são consideradas arboviroses.
No laboratório são desenvolvidos trabalhos como coleta e amostragem de ovos de Aedes Aegypti para pesquisas na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, para estudar a resistência a inseticidas das populações de mosquito em cada região do Brasil, com o intuito de desenvolver estratégias de uso eficientes e seguras.
O trabalho feito com larvas, por exemplo, serve para realização do teste de suscetibilidade aos larvicidas. No laboratório há criação de mosquitos alados para avaliação das aplicações espaciais de inseticidas e penetração deles nas casas, os populares carros ‘fumacês’. O trabalho feito no Lacen, permite o fornecimento de informações importantes ainda sobre a efetividade dos tratamentos químicos utilizados nos programas de controle de vetores.
“Nós fazemos diagnósticos para a sorologia, pesquisamos os anticorpos daqueles pacientes a partir de cinco ou seis dias após os sintomas de uma arborivose. No Lacen trabalhamos em todas as fases como forma de garantir a prevenção e os cuidados com as arboviroses, antes do processo de infecção e no pós também. A partir do diagnóstico das arboviroeses, realizado aqui no laboratório na fase bem aguda da doença, conseguimos em até cinco dias a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), que é uma técnica de biologia molecular que permite ampliar fragmentos de DNA, fundamental para diagnóstico médico, por exemplo”, pontuou a doutora Orzinete Rodrigues Soares, chefe do setor de endemias do IOC-Lacen-MA.
Ainda no Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão, há o controle de qualidades das formas imaturas (LIRAa) e/ou de outras ações. O Sistema LIRAa é uma importante ferramenta para mapear em quais regiões da cidade o Aedes aegypyi está presente. O Ministério da Saúde orienta que todos os municípios forneçam esses dados como forma de montar estratégias de prevenção e combate as arboviroses e outras doenças.
“É importante garantir que objetos como pneus velhos, garrafas vazias, tampinhas, calhas, pratinhos de plantas, entre outros, não estejam acumulando água. Principalmente após fortes chuvas, é necessário que cada cidadão realize vistorias frequentes em suas residências para evitar o aumento de casos dessas doenças. Vale ressaltar que aproximadamente 80% dos criadouros estão dentro das casas e/ou quintais”, reforçou a doutora Orzinete Rodrigues Soares.
A fêmea do inseto deposita seus ovos nas paredes dos recipientes com água parada ou mesmo sem água. Após o contato com o líquido e a combinação com altas temperaturas, ocorre a eclosão dos ovos. O ciclo de reprodução perdura no período de uma semana e para interromper esse processo é necessário que toda a população esteja empenhada e atenta aos possíveis criadouros. É preciso estar atento aos cuidados para evitar a proliferação do vetor, esse cuidado deve permanecer durante todo o ano, mas principalmente no período de chuva.
No Maranhão, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), foram contabilizados em 2024, 7.446 casos de Dengue, 696 casos de Chikungunya e 179 casos de Zika.
O IOC-Lacen compõe a rede da SES e é gerenciado pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH).
Eduardo Ericeira