31 de janeiro de 2023

Governo promove I Encontro do Ambulatório Trans

Fotos: Adeta Holanda

O I Encontro do Ambulatório Sabrina Drumond, equipamento da rede da Secretaria de Estado da Saúde, ocorreu no auditório do Laboratório Central do Maranhão (LACEN), nesta terça-feira (31). O ambulatório, que fica na Policlínica Cohatrac, conta com equipe multidisciplinar composta por psiquiatra, endocrinologista, psicólogos, assistente social, enfermeiros e fonoaudiólogos, para atender de forma específica o público trans.

Durante o evento, foram realizadas duas rodas de conversas com os temas: As prosperidades nas travestilidades e transfeminilidades, e Disforias de pessoas trans masculinas e homens trans. “Nossas demandas se estendem por toda a vida. As pessoas precisam entender que precisamos viver e não só sobreviver, porque a sobrevida está diante de uma pressão, insalubridade, uma ausência de prosperidade. Então, se as pessoas não têm os direitos preservados, seus deveres estão comprometidos”, relatou a psicóloga Dávila Jucá.

“O Estado do Maranhão protagoniza mais uma vez o atendimento universal dando possibilidade de atendimento a todos. Na Policlínica Cohatrac, ofertamos atendimento integral à população trans e, no próprio ambulatório, a política de trabalho prevê que tenhamos reuniões mensais para que esse grupo forme uma rede de apoio”, pontuou o médico clínico do ambulatório, Dimitrius Garbis.

“A garantia de direitos da população trans na saúde é uma promessa do governador Carlos Brandão, que se comprometeu com a população LGBTQIA+. O governador esteve em um encontro com a comunidade trans em que foi estabelecido um plano de governo para essa parcela da população, que precisa ser reconhecida”, ressaltou a assessora clínica da EMSERH, Taynah Soares Camarão.

A programação do I Encontro contou também com a realização de mutirão de retificação realizado pela Defensoria Pública do Estado do Maranhão. O serviço possibilita a mudança de nome e gênero nos documentos sem a necessidade de ação judicial. 

“A Defensoria já tem um núcleo especializado de atendimento à população LGBT+ desde 2011. E é de 2018 a decisão do STF que garante essa retificação de forma gratuita, cabendo a Defensoria judicializar o processo. Mesmo assim entendemos a dificuldade porque são solicitados uma série de documentos para a retificação, por isso a Defensoria emite as certidões eletrônicas e também formaliza o requerimento para o cartório, garantindo a gratuidade do procedimento da retificação”, explicou a assistente social do Núcleo da Mulher e Pop LGBT+ da DPE/MA, Nathália Tinôco.

A Defensoria Pública encaminha as pessoas que ainda não fazem acompanhamento no ambulatório e o ambulatório encaminha à Defensoria os pacientes que não são retificados. 

AMBULATÓRIO

Em menos de um ano de funcionamento, o ambulatório já realizou mais de mil atendimentos à população trans. 

Uma das pessoas atendidas pelo equipamento é o auxiliar de expedição Adrian Freire de Lemos Vilar. “Agora temos acompanhamento médico para fazer a transição. Existem pessoas que não podem contar com esse espaço ou, por conta do preconceito, acabam fazendo a harmonização por conta própria. Sabemos que isso é um risco. E esse espaço, tanto de cuidados médicos quanto de debate, é fundamental para garantir os nossos direitos de acesso à saúde e a políticas públicas”, disse.

Daucyana Castro