27 de junho de 2019

Crianças, adultos e idosos participam de arraial no CER Olho d’Água

A paixão pela cultura popular contagiou crianças, jovens e adultos atendidos no arraial do Centro Especializado em Reabilitação e Promoção da Saúde do Olho d’Água (CER Olho d’Água), em São Luís. Nesta quarta-feira (26), cerca de 100 pessoas participaram das festividades juninas na unidade da rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

As crianças abriram a programação com a apresentação da quadrilha. Acompanhadas dos familiares e terapeutas da unidade, os pequenos brilharam no salão da unidade. A diretora administrativa do CER Olho d’Água, Ana Eugênia Araújo Furtado, enfatizou que o intuito da ação é fortalecer a integração.

“Hoje é a culminância do trabalho que desempenhamos – A ideia é fazer a integração das ações feitas no Centro. Em cada uma das assistências individuais procuramos priorizar a necessidade das relações sociais entre os pacientes”, destacou Ana Eugênia Araújo Furtado.

O Maranhão avançou no tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro do Autista (TEA) com a implantação, em 2017, do Serviço para Pessoas com TEA no CER no Olho d’Água pelo Governo do Estado. No arraial, foi adotada uma rotina antecipada para participação das crianças na atividade festiva e recreativa.

A terapeuta ocupacional Helne Abreu destacou que a festividade junina coopera para a noção de coletividade. “A maioria das nossas crianças têm dificuldade de interação e de compartilhar momentos. Além do impacto direto no tratamento, hoje queremos fazer a inclusão, pois elas estarão juntas com outras pessoas em um momento único”, observou.


Arraial do CER Olho d’Água (Foto: Márcio Sampaio)

Para Keila Oliveira, mãe do João Victor, de 4 anos, o filho se transformou depois que iniciou acompanhamento no CER do Olho d’Água. “Em 2016 ele foi diagnosticado com o autismo, e a primeira consulta foi no Hospital Juvêncio Mattos. Os dois anos iniciais foram bem difíceis, mas agora até a escola ele frequenta normalmente. Ver o João participando da programação é muito bom, antes ele não interagia com ninguém, então saber que ele socializa com os demais é gratificante”, disse Keila.

Segundo Flávio Madeira, pai do Felipe Braian, o CER contribuiu para a evolução do filho. “Ele demorou a falar e nós, eu e a mãe dele, estranhamos isso. Foi quando ele fez consulta com a neuropediatra da APAE, e de lá para cá, começou a ser tratado no CER. Hoje ele fala, frequenta a escola, sabe conferir e escrever”, pontuou.

Na programação, apresentação de grupo e coral dos idosos. Para José Campos, de 74 anos, o noivo da quadrilha junina, o ponto forte é o acolhimento. “Desde a direção até os profissionais, todos trabalham com amor e por amor. Eles também nos acolhem muito bem. Na quadrilha fui convidado para ser o noivo e fazer par com a dona Reny. Acredito que isso é resultado da nossa alegria, a mesma que precisamos compartilhar com os outros”.

Reny de Castro Sousa, de 79 anos, é assistida há três anos no CER. “Aqui eu fiz amizades, participo de aulas de hidromassagem, alongamento, tudo isso têm me deixado mais disposta. A programação de hoje está muito boa, além de ser uma oportunidade de conviver com pessoas da mesma idade”, observou.

Daucyana Castro