2 de dezembro de 2020

Hospital Presidente Vargas faz abertura oficial da Campanha Dezembro Vermelho

Fotos: Laécio Fontenelle

Por Daucyana Castro

Foi realizada nesta quarta-feira (2), a abertura oficial da programação do Dezembro Vermelho nas unidades de saúde do Estado do Maranhão. A ação aconteceu no Hospital Presidente Vargas, referência no tratamento de HIV/AIDS e tuberculose no Maranhão.

A campanha do Dezembro Vermelho tem o objetivo de sensibilizar, conscientizar e orientar a população sobre os cuidados com a saúde, reforçando a importância do sexo seguro e da prevenção combinada, além da orientação dos serviços oferecidos pelo Hospital Presidente Vargas.

“Estamos dando início ao Dezembro Vermelho, data que deve ser lembrada todos os dias do ano. Temos uma pandemia de HIV/AIDS há 40 anos. Temos trabalhado todos os dias para dar o melhor para os nossos pacientes. Aqui no hospital Presidente Vargas melhoramos muito o ambulatório, a parte da internação e a gente tem uma previsão de mudança de estrutura para o novo Instituto de Infectologia, que terá uma melhor capacidade, melhor atendimento pra esses pacientes, oferecendo também um melhor cuidado, que é o lema do Governo do Estado, cuidar das pessoas”, esclareceu o secretário adjunto da Assistência à Saúde da SES, Carlos Vinícius Quadros Ribeiro.

Infectologista explica importância da redução da transmissão vertical

Este ano, o enfoque da campanha será “Maranhão na Luta pela Redução da Transmissão Vertical do HIV”, reforçando a importância do diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado durante e após o processo de gestação. A transmissão vertical é a passagem de uma infecção ou doença da mãe para o bebê, como explica a infectologista da unidade de saúde, Conceição Pedrozzo.

“A transmissão vertical é extremamente importante. É uma das oportunidades em que realmente o médico pode atuar. Se ele diagnostica uma mãe positiva, ele tem como evitar a transmissão do vírus para o feto. Temos a oportunidade desse neném nascer sem o vírus, zerar a não transmissão pro recém-nascido. Temos a chance de não termos mais bebês com HIV. Precisamos de um pré-natal com qualidade, com realização de testes nessa mãe no primeiro, segundo e terceiro trimestre de gestação. Os pais também precisam realizar os testes. Pra que ela sendo negativa sabermos da condição sorológica desse pai e tratar o casal se for necessário” explicou a médica infectologista.

O Dia Internacional de Luta contra a AIDS foi celebrado no dia 1° de dezembro, com o objetivo de lembrar a sociedade da intensa luta travado contra a AIDS, além de trazer valores de compreensão, solidariedade e apoio às pessoas infectadas pelo vírus HIV/AIDS.

A técnica do Departamento de DST na SES/MA, Ana Luiza Borges, destacou o histórico de enfrentamento da epidemia da AIDS no Maranhão e os esforços do governo estadual para oferecer esse cuidado preventivo e tratativo à população.

“A SES não tem medido esforços para ampliar a rede e oferecer um atendimento humanizado, maior qualidade de vida a esse público, com cuidado e melhor acesso dessa população. Nós afirmamos e reassumimos o compromisso de cuidar melhor dos nossos pacientes”, destacou Ana Luiza.

O diretor clínico da unidade, Dimitrius Garbis, destacou a importância do diagnóstico precoce para a interromper a linha de transmissão do vírus. “A luta para redução da transmissão vertical passa pelo diagnóstico precoce. Seja homem ou mulher, hoje não existe mais um grupo de risco. Qualquer pessoa que tenha sido exposto à uma situação de risco ou relação sexual desprotegida precisa ser atendido, receber o tratamento adequado e interromper a linha de transmissão do HIV. E aqui na nossa unidade o paciente é atendido por uma equipe multidisciplinar”, explicou o diretor clínico.

Um aposentado de 61 anos, natural do município de Barreirinhas que faz tratamento na unidade de saúde há 8 anos conta como descobriu a doença.

“Eu nem sabia que tinha a doença. Depois que adoeci e passei 7 dias internado na capital que me encaminharam pra cá, fiz o teste de HIV e deu positivo. Eu me sinto como se não estivesse doente, tomo certinho o medicamento como me mandam tomar, nunca faltou medicamento pra mim, levo uma vida normal, parece que não tenho nada”, relatou o aposentado.

Na oportunidade, os membros da direção do hospital fizeram uma explanação sobre os serviços assistenciais e atividades desenvolvidas em Combate ao Vírus do HIV/AIDS pela equipe do Hospital Presidente Vargas.

O Hospital Presidente Vargas é gerenciado pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH) e disponibiliza para pacientes com HIV/AIDS 30 leitos de enfermaria e nove de UTI. Em média, são atendidas 8.200 pessoas e são diagnosticados 40 novos pacientes por mês.

A solenidade de abertura da campanha contou ainda com a presença do coordenador municipal de DST/Aids, Wendel Alencar; do diretor da Casa Acolher, Paulo Ribeiro; da representante do Hospital São Domingos, Socorro Muniz; além de médicos que atendem na unidade de saúde.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em 2019, foram notificados 1.976 casos de HIV/AIDS no Maranhão. Em 2020, até o momento, foram 1.204 casos notificados.

Equipe do Hospital Presidente Vargas
Daucyana Castro