2 de abril de 2018

Fesma completa dois anos com mais de 750 mil atendimentos

 

(Foto: Divulgação)

Mudança. Nunca essa palavra fez tanto sentido para os 150 profissionais – da área assistencial e motoristas – que compõem a Força Estadual de Saúde do Maranhão (Fesma), programa inserido no Plano Mais IDH. A maioria mudou de cidade e alguns até de estado. Passaram a morar nas 30 cidades mais pobres do Maranhão, sem a estrutura e conforto de suas casas aos quais estavam acostumados. Mudaram para melhorar a qualidade de vida de milhares de pessoas que vivem nessas cidades até então quase sem assistência.

A enfermeira Ana Paula Queiroz, que integra a equipe de Milagres do Maranhão, é do estado do Ceará. Tinha acabado de terminar o mestrado quando foi lançado o seletivo para a Fesma. Ela viu aí a oportunidade de vivenciar uma realidade talvez bem diferente da teoria com a qual estava acostumada na academia. “Desde que eu ingressei na Força muita coisa mudou na minha vida profissional e pessoal. Mudou a minha forma de olhar o outro. Fazer parte desse processo de mudança na realidade da saúde é uma oportunidade ímpar. É um desafio muito grande. Não é fácil atingir as metas estipuladas. Não é fácil convencer um paciente a mudar seus hábitos de anos para controlar sua taxa glicemia, por exemplo. São desafios enfrentados diariamente e que me incentivam a ser uma profissional cada vez melhor. O que me motiva mais a continuar na Força é saber que as orientações que a gente passa para nossos pacientes vão fazer a diferença na vida deles a curto, médio e longo prazo”, afirmou, emocionada, a enfermeira.

Mas não foram só as vidas dos profissionais que mudaram. Renata Silva, moradora de um povoado de Santa Filomena, é umas das beneficiárias da Fesma. Ela reconhece a importância deste trabalho. “A equipe da Força me ajudou muito quando eu estava grávida da minha filha. Moro longe da sede do município e era muito difícil conseguir atendimento de saúde. Com a Força ficou muito melhor, pois eles me consultaram na minha casa”, agradeceu a dona de casa.

Enfermeira Ana Paula rodeada de crianças em Milagres do Maranhão. (Foto: Divulgação)

Em dois anos de atividades, as equipes da Fesma já tem importantes resultados. Foram realizados 751.400 mil atendimentos, com foco nos grupos prioritários (gestantes, crianças menores de um ano, hipertensos, diabéticos e busca ativa de casos de hanseníase); elaboração em parceria com os municípios de 150 planos de intervenção; implantação de 28 “Farmácias Vivas” e construção de três hortos; triagem de aproximadamente 15 mil pacientes para o programa “Sim, eu posso!”; participação em 56 atividades de mobilização assistencial (Caravana de Todos, Dia D Mais IDH e mutirões); adoção da metodologia da Planificação da Atenção Primária nos 30 municípios do Mais IDH, entre outras atividades.

Além dos atendimentos aos grupos prioritários, os profissionais da Fesma também realizam atividades de apoio à gestão, de modo a repassar o método de trabalho utilizado e assim as ações continuarem mesmo após a saída das equipes desses municípios. A enfermeira da equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Araioses, Eliete Alencar, afirma que muita coisa mudou após a chegada da Força. “Nesses dois anos a equipe Fesma soma esforços com a gestão municipal. No acompanhamento, diagnóstico, em qualquer atividade que a gente precise de apoio, eles estão sempre dispostos a nos ajudar a oferecer uma saúde de melhor qualidade para nossa população”, destaca a enfermeira.

O secretário de Estado de Políticas Públicas, Marcos Pacheco, responsável pelo monitoramento das atividades da Fesma, ressalta que esse trabalho desenvolvido no apoio a atenção básica terá maiores impactos nos indicadores de redução das mortalidades materna e infantil e redução da taxa de internações por complicações da hipertensão e diabetes, sentidos a médio e longo prazo. “Quando não se previne os agravos, eles tendem a se multiplicar e o impacto negativo que eles causam na rede hospitalar é enorme. Os pacientes com problemas cardiovasculares decorrentes do descontrole tanto da hipertensão quanto do diabetes, são os mais caros que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem. É fundamental fazer um trabalho de prevenção das complicações dessas doenças como hipertensão e diabetes”.

O secretário destacou também que “o monitoramento do trabalho das equipes é feito com base em indicadores de processo de maneira tal que seja acompanhado e se tenha certeza de que está sendo feito do jeito que foi planejado porque só assim os resultados serão diferenciados”, esclareceu.

Equipe Fesma de Arame em atendimento em área indígena. (Foto: Divulgação)

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde (SES)

Daucyana Castro